quarta-feira, 20 de junho de 2012

"O caminho até Você encontra-se claramente em meu coração
e não pode ser visto ou conhecido pela mente.
Conforme minhas palavras transformam-se em silêncio,
Sua doçura me circunda." ~Hakim Sanai

Deixando a vida entrar...


"Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias.

Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.

É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos.

Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”
Ana Jácomo em Com o Coração aberto


Ser sensível...

"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.

Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia.
Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."
Sensibilidade por Ana Jácomo


Miríades do Eterno...

Se pudesse traduzir em palavras
Tudo aquilo que acontece no profundo do coração
Arderia em chamas do amor eterno
E vislumbraria um dia sem fim...

Contemplaria as míriades do eterno
Dançando diante dos olhos
Perfumes e mais perfumes se misturando
Em sinfonia divina
Onde as formas se dilatam
E se contraem
Se mostram e se escondem
Em uma brincadeira eterna de gratidão...

Se pudesse traduzir em sentimentos
Tudo aquilo que perpassa na alma
Poderia acolher num olhar toda criação
E num único raio de luz
Iluminar os confins de escuridão.
Os amores e alegrias transbordariam eternamente
E as lágrimas seriam igualmente acolhidas
E vividas sem nenhum pesar...

Se pudesse enfim abandonar todo som, toda palavra
E finalmente traduzir o silêncio supremo
Seria nada mais que o infinito
Absorto na experiência de uma pequena brisa
Que se deixa levar pelo vento
Amor e silêncio
Acolhendo a Si mesmo
Eternamente...


Criando a realidade...





Pare um minuto do que estiver fazendo e observe de fora, a sua vida agora.

Faça uma observação minuciosa e detalhada, sem julgar nada, sem analises, apenas observe as dimensões da sua vida neste momento, como se fosse um filme, e você como um mero observador dos detalhes e do enredo da estória.
Seja o centro da cena da sua vida e observe, observe...
Sua família, esposa/esposo, filhos, trabalho, colegas, amigos, desafios, problemas, metas, desejos, sonhos...aprenda a ser um observador da sua vida, um observador de si mesmo.

Como um circulo, toda a sua vida "gira" a sua volta, as cenas vem, e vão, os acontecimentos vem e vão, as pessoas, os pensamentos, as emoções, todos vem e vão...a cada instante muitos eventos vem e vão, alguns duram um pouco mais, alguns perduram, mas se vieram, significa que também irão, em algum momento...
Observe sua vida. Detalhes. Aquilo que te angustia, aquilo que te dá uma sensação de prazer, o que te trás alegria, o que te trás amor, leveza, sensação de paz, de muita ternura...enfim...

E também olhe de frente os conflitos, os problemas, aonde você se sente impotente, aonde você se sente sem energia, o que te trás medo, raiva, os bloqueios que te paralisam...
Faça isso agora...
Não tenha medo de fazer essa observação da sua vida sempre...sempre mesmo...
Isso é uma maneira de te manter centrado, de te manter coerente com o que se passa dentro e fora de você... e faz com que você aprenda a observar os eventos da sua vida, cada um deles, sem julgamento, assistindo a um filme, onde você é o diretor...
Quando aprendemos a observar nossa vida dessa maneira, não-crítica, não-mental, vemos que TODOS os elementos, e eu disse TODOS mesmo, existem porque nós os criamos...cada um deles... mesmo aqueles que nos desagradam, que nos ferem, que nos confundem...também esses são elementos criados ( e mantidos) por nós...

Vocês me perguntam: Como posso estar fazendo do isso? De que maneira faço isso comigo mesmo?
Nossas dimensões criativas são infinitas. No nível da razão primária, provavelmente achamos que certos elementos da nossa vida nunca deveriam ter existido, ou acontecido, mas isso nesse nível limitado de compreensão. Em níveis mais elevados de consciência, é evidente que a criação de cada detalhe é feita por nós mesmos, nós somos agentes ativos da existência, não passivos, o que vêm a nós, foi atraído por nós, criado por nós, e tem uma função para nós...que muitas vezes também não compreendemos, no nível racional, porém estão perfeitamente coerentes quando alcançamos graus de consciência mais amplos e elevados.

Quando Jesus nos ensinou que deveríamos Por tudo dar Graças, isto é, agradecer ao que acontece a nós, ele estava nos apontando essa verdade: Nós somos criadores da realidade. A criação acontece em nós, através de nós e conosco.
A evolução de cada um de nós é e será única e exclusiva, autentica e intransferível...
A aparente pluralidade da humanidade, é mesmo aparente, pois o oceano de consciência não tem divisões, não é partido, nem é limitado. A consciência plena, absoluta continua sendo plena e absoluta em cada um de nós...mesmo que nossos sentidos nos apontem formas, sons, e muitos e muitos eventos cheguem a nós, nada pode estar separado desse oceano de consciência, tudo é o próprio oceano, experimentando-se, divertindo-se, descobrindo-se...brincando de dualidade, brincando de que são muitos, mas continua sendo UM, o mesmo e único TODO / Existência.
Quando por ignorância dessa verdade, algo acontece a nós, e nós não compreendemos, nos revoltamos, nos entristecemos, ficamos irritados, e nos rebelamos com aquela situação, ou aquela pessoa, enfim... na verdade estamos criando mais um jogo para nós mesmos, o jogo do não saber, o jogo do que eu não sei que fui eu que criei isso para mim...rsrs
Isso chega a ser engraçado... e mais uma vez estamos nós criando desafios, para que nós mesmos em algum momento teremos que desfazê-los, através da tomada de consciencia de que somos sempre o centro de nossas vidas, não somos agentes ativos uma hora e passivos em outra. Não, na vida somos só mesmo agentes ativos...não existem agentes passivos..Logo, quando acreditamos que certos fatos, não nos pertencem, isso apenas mostra a nossa ignorancia em relação a nossa real grandeza, em relação a nossa real dimensão de criadores da realidade.

Por isso, sempre que você se deparar com algum evento da sua vida que te cause estranheza, pare um instante e reflita, que é você criando aquele evento, ele acontece a você pois você o criou, em alguma dimensão sua aquele evento foi criado, e agora ele chegou...
Ao invés de se perguntar: Porque isso foi me acontecer? A melhor pergunta seria: O que posso aprender com isso?
Essa simples mudança de foco, abre mil possibilidades, além de uma infinita paz interior. E você continua tendo consciência de que é o centro, o agente ativo da sua vida...haja o que houver é seu.. é você criando...sempre...
Amor
Lilian


Habita em ti...

A Habita em ti a maior de todas as jóias,
suprema beleza luminosa,
A pureza fantástica geradora de tudo..
A absoluta presença,
Consciência pura..
Que sustenta mundos,
Que constrói montanhas,
Que incendeia os sóis,
Que avança os mares,
Brilha nas galáxias,
Jorra nas cachoeiras,
Canta nos pássaros,
Perfuma na flor..
Saiba que a grandeza é sua dimensão,
Que o indivisível,  o infindável é seu rosto,
Que o sem-lugar é onde moras...
Não há nada que possa lhe definir,
Nem nenhum pensamento pode sequer lhe tocar,
És vasto e inominável,
Tens a totalidade em ti,
Tens todas as eras e todos os Universos em ti,
E neles se regojizas e brincas...
Recorda sua vastidão original,
Recorda quem és verdadeiramente,
Recorda que tu podes brincar de ser qualquer coisa,
Qualquer ser,Qualquer pessoa,
Tu podes absolutamente tudo,
Pois Tudo é o que tu és..
Mas permaneces intocado,
Inconfundível,Insubordinado,Imaculado..
Bebe da sua própria fonte,
Ó vastidão sem nome!
Banha-te na docura que criaste para ti,
Conhece-te em cada ser cada som,
Cor, forma, sentimento, pensamento,
Reconhece-te imenso e pequenino,
Reconhece-te na presença do aqui e do agora,
Reconhece que em ti,
tudo e nada são meros gestos,Linguagens,
Em que tu brincas de ser quem És...
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